Mensagens da Conferência

IV CONFERÊNCIA DE JOVENS
TEMA:
AS DOUTRINAS DA GRAÇA

TEXTO:

EF 2.8,9
Cinco pontos do Calvinismo

INTRODUÇÃO               T  E  L  I  P .
                    

I – DEFININDO O CALVINISMO

Uma definição simplificada do calvinismo.
O calvinismo é um sistema de teologia, que tem sido muito influente desde os dias da Reforma. Ele recebe esse nome, por causa de seu fundador, João Calvino, que foi o fundador do movimento presbiteriano; mas o calvinismo não está, de modo algum, confinado aos presbiterianos. Alguns Batistas, de muita expressão, eram calvinistas[1]. Na verdade, os primeiros movimentos batistas, na Inglaterra e EUA, eram fortemente calvinistas.

Os pontos de discordância.
Alguns calvinistas têm se mostrado extremistas quanto à doutrina da predestinação e da eleição. Eles são chamados “hiper-calvinistas”, por perderem o amor aos perdidos, prejudicando o evangelismo e a obra missionária. Há, ainda, alguns calvinistas que não crêem em todos os cinco pontos do calvinismo, os calvinistas moderados[2]. Para eles, o ponto maior de discordância está na Graça irresistível e na Expiação limitada.

 O que é Depravação Total?
Depravação total não significa que todos os homens são tão pecaminosos, em suas ações e realizações, quanto poderia ser. Ao invés disso, a depravação total se refere à natureza e ao potencial do homem, e não às suas ações e realizações. Todo o ser do homem, intelecto, emoções e vontade foi maculado pelo pecado[3].
Quando dizemos que os homens são totalmente depravados, isto não significa que todos ou que alguns deles atingirão ou já atingiram a plena medida de suas ações possíveis de sua natureza pecaminosa. Nem mesmo Hitler, embora tenha sido um homem tão perverso, atingiu a plena medida do potencial da natureza pecaminosa.
A graça de Deus tem sido manifestada através do governo, da família, da pregação do evangelho, etc. Os calvinistas chamam isso de graça comum. Deus tem usado essas coisas para evitar que homem atinja sua plena potencialidade pecaminosa.
Os calvinistas crêem que o homem é totalmente depravado por causa da queda. Ao cair, Adão mergulhou toda a raça humana no pecado. Ou seja, todos nós possuímos uma natureza pecaminosa por causa da queda de Adão. Esta natureza depravada, leva-nos a uma total incapacidade nos assuntos espirituais. Ele não pode entender as coisas na esfera espiritual, a menos que, o Espírito Santo o ilumine. As emoções do homem não o moverão, nem se centralizarão Nele, a menos que, Deus o capacite. Isto significa que o homem, em suas próprias forças, não pode amar a Deus, não procurará nem desejará Deus e as Suas coisas. O homem desejará, continuamente, as coisas do pecado.
Assim, o homem está em desamparo. A mente está cega, as emoções estão corrompidas e centralizadas no pecado e a vontade do homem está incapacitada, Isto significa que o homem não tem poder para ir até Deus. O homem não deseja Deus. A menos que, Ele outorgue ao homem o desejo, o poder e a vontade de vir a Cristo, o homem estará perdido para sempre.

Principais dúvidas nessa questão
a) Como explicar as várias ocorrências “quem quiser venha” na Bíblia? Isso não tornaria o homem capaz de vir a Deus?
b) Se o homem não é capaz de vir a Cristo, como Deus pode responsabilizá-lo e condená-lo eternamente por não se entregar a Cristo?
c) Se o homem não deseja vir a Deus, a menos que, Ele conceda o desejo e o poder, qual é o fundamento sobre qual Deus resolve que pessoas Ele trará, e que pessoas não trará a Si mesmo?

O que significa Eleição Incondicional?

Eleição incondicional é o ato de Deus, por meio do qual, Ele escolheu um grupo de pessoas, antes da fundação do mundo, para que elas pertencessem a Ele mesmo. Este grupo de pessoas é conhecido como os eleitos.
O fundamento sobre o qual Deus fez esta escolha, não foi nada que havia nos próprios eleitos; não foi qualquer bondade que havia neles, pois já vimos que os calvinistas afirmam que o homem é totalmente depravado.
O fundamento também não foi a fé que Deus previu que essas pessoas colocariam em Cristo, pois os calvinistas, como foi dito, crêem na incapacidade do homem ter fé, a menos que, Deus a conceda.
O único fundamento para a eleição dessas pessoas, à luz da incapacidade e depravação delas, é a vontade de Deus, e tão somente Ela. A eleição, segundo os calvinistas, tem de ser resultado da vontade de Deus, por dois motivos: 1) não havia nada de bom em alguém, que pudesse levar Deus a escolhê-lo, em vez de outro; 2) o homem não escolheria Deus por causa de sua incapacidade. Por conseguinte, Deus não escolheu o homem fundamentado em qualquer capacidade dele para escolher Deus.

O pequeno esboço abaixo ajuda-nos a entender a doutrina:
a) Deus tem um grupo de pessoas que a Bíblia chama de eleitos;
b) Deus escolheu estas pessoas para serem dEle mesmo;
c) Deus escolheu para serem dEle mesmo antes da fundação do mundo;
d) Deus as escolheu para serem dELe mesmo fundamentado em sua própria vontade, e tão somente em sua vontade, e não em alguma coisa que Ele viu ou previu no homem[4].

Esse ponto de vista calvinista é chamado incondicional, visto que, a eleição não encontra nenhuma condição no homem que motive a escolha. Depende completamente de Deus. Isto é chamado pelos calvinistas de o decreto de Deus a respeito da eleição. É crido pelos calvinistas que os decretos de Deus e a Sua Soberania, se estendem a todas as coisas, além da eleição, ou seja, Deus decretou tudo.

Principais questões.
a) Deus decretou o pecado?
b) Este ponto de vista sobre a eleição (Deus escolhe uma e não outra, sem qualquer preocupação com aquilo que há no homem) não O torna injusto.
c) Se afirmarmos que Deus decretou todas as coisas, não estamos tornando-O autor do pecado.

O que significa Expiação Limitada?

Esse é o ponto mais controverso do acróstico calvinista. Essa doutrina afirma que a morte de Cristo teve um objetivo e propósito particular para os eleitos, tendo em vista toda a raça humana. A morte de Cristo garante a salvação dos eleitos. Ainda que todos os homens sejam totalmente depravados, e além do fato de que Deus tenha escolhido para serem suas. Ele providenciou um meio que garante a salvação dos eleitos.
Os calvinistas dizem que este assunto é uma questão de definir, se a morte de Cristo aconteceu para tornar possível a salvação de todos os homens, mas não garantiu a salvação de ninguém[5], ou se a morte de Cristo aconteceu para garantir e tornar uma realidade a salvação  de todos os eleitos[6].
Há uma ligação entre esses dois pontos e, os outros dois do acróstico calvinista. Se o homem é totalmente depravado e não pode, nem quer, voltar-se para Deus, exceto quando a eleição o alcança, então, a expiação teve de ser realizada em favor dos eleitos, pois eles não seriam capazes de serem salvos. Por outro lado, se a eleição de fato existe, e algumas pessoas não pertencem aos eleitos, não haveria propósito nem necessidade de que Cristo morresse pelos não-eleitos.
Os calvinistas argumentariam que, se a morte de Cristo aconteceu em favor de todos os homens, indistintamente, Cristo também morreu pelos não-eleitos, e, conseqüentemente, haveria pessoas no inferno em favor das quais morreu. Assim, o sangue precioso de Cristo foi derramado em vão por aqueles que estão no inferno.
Muitos argumentariam, nesse ponto, se isso não colocaria limites no poder da morte de Cristo. Os calvinistas responderiam que o limite está no propósito da morte de Cristo. A morte de Cristo aconteceu exclusivamente em favor dos eleitos. O poder da morte de Cristo é infinito, visto que Ele é infinito. Ela seria suficiente para expiar o pecado de todas as pessoas, não havendo qualquer limite para ela. O limite está, portanto, no propósito, e não na suficiência dela. Deus limitou o propósito da morte de Cristo no decreto da eleição. Por essa razão, para evitar confusões, os calvinistas falam em termos de uma expiação particular, ou seja, limitada.
Há uma discordância dos calvinistas nesse ponto. Alguns dizem: suficiente para todos, mas eficiente para os eleitos. Essa afirmativa não é apreciada por alguns calvinistas, por temerem indicar uma expiação generalizada. A maioria apóia a seguinte frase: eficaz para os eleitos.

Principais questões
a) O que dizer a respeito de versículos, tais como, Jo 3:16; 2Pe 3:9, que parecem indicar que Cristo morreu por todos os pecados de todos os homens do mundo?
b) Por que a morte de Cristo deveria ter um propósito particular? Deus não poderia ter dado à morte de Cristo um propósito geral?
c) Quais passagens bíblicas ensinam uma expiação limitada ou particular?

O que é a Graça Irresistível?

A doutrina da graça irresistível precisa ser considerada de conformidade com a sua relação aos três pontos iniciais do acróstico calvinista. Se o homem é totalmente depravado e, por isso, não pode, em suas forças, achegar-se a Deus; se a expiação consumada por Cristo é designada apenas para os eleitos, a fim de assegurar a salvação deles, então, segue-se, de maneira lógica, que os eleitos serão salvos. Eles serão irresistivelmente chamados e atraídos para Cristo.

Algumas questões.
a) O que acontece se uma pessoa quer vir a Cristo, para ser salva, e não é um dos eleitos da graça irresistível, e a graça irresistível não a chama. Ela não poderá ser salva?
b) Se um dos eleitos não quer vir a Cristo, mas, apesar disso, a graça irresistível a chama, isto não significa que Deus o arrasta através da porta da salvação, enquanto ele grita e esbraveja sua rebelião contra Deus?
c) O que essa doutrina fará ao evangelismo e missões? Se Deus atrairá os eleitos de maneira irresistível, isto não destrói a responsabilidade do homem para se arrepender e crer no evangelho, bem como a responsabilidade da Igreja em levar o evangelho a todas as nações?
d) Este ponto de vista não anula a liberdade de ação do homem e seu livre-arbítrio?

Alguns calvinistas preferem graça eficaz, em vez de graça irresistível.

O que é a Perseverança dos Santos?

Assim como os outros pontos do acróstico calvinista, a doutrina da perseverança dos santos é o resultado e a conclusão lógica dos pontos anteriores. Se os outros pontos são verdadeiros, a perseverança dos santos também é, afirmaria um calvinista.
Se o homem é totalmente depravado e não pode fazer nada por si mesmo espiritualmente; se Deus é absolutamente soberano do assunto da eleição, escolhendo os eleitos na base de Sua vontade, e tão-somente Sua vontade; se a morte de Cristo aconteceu em favor dos eleitos, assegurando a salvação deles; se Deus chama os eleitos de maneira irresistível, não se conclui que Deus assegurará a salvação final dos eleitos, ou seja, os eleitos perseverarão até o final.
Se os eleitos não perseveram, segue-se que a eterna escolha de Deus falha; isto não pode ser admitido por um calvinista. Se Deus decretou a eleição, ela se realizará, incluindo a salvação final dos eleitos.
Se os eleitos não perseveram a morte de Cristo seria em vão, porque o propósito da morte de Cristo é de assegurar a salvação dos eleitos.
E, se os eleitos não perseveram, a graça de Deus seria resistível para os salvos (eles poderiam rejeitá-la de uma maneira final, depois de haverem sido salvos), embora ela fosse irresistível antes deles serem salvos.

Definição
A perseverança é a doutrina que declara que todos os eleitos, por serem eles objetos do eterno decreto da eleição, e objetos da expiação consumada de Cristo, permanecerão no caminho da salvação, visto que o mesmo poder de Deus que os salvou há de preservá-los e santificá-los até a salvação final deles.
Essa definição não exclui o desviar-se de Deus, mas anula a possibilidade de alguém confessar ser crente e, ao mesmo tempo, viver por muito tempo em um suposto estado de desviado, sem enfrentar a mão disciplinadora de Deus. O desviar-se pode acontecer entre os crentes, mas a doutrina da perseverança dos santos afirma que o verdadeiro crente não permanecerá incessantemente afastado de Deus. Se isto acontecer, tal pessoa precisa questionar com muita seriedade sua confissão de crente.Ou seja, se não persevera, não há salvação; se não há salvação, não há perseverança.
O conceito comum entre os Batistas, de que uma vez salvo sempre salvo, é apenas um lado da moeda. De acordo com os calvinistas, essa doutrina tem dois lados: segurança e perseverança. Uma não pode existir sem a outra. A perseverança é uma prova da salvação. Ensinar essa doutrina sem ressaltar a perseverança, ressaltando apenas a segurança de salvação, é dar licença para viver em pecado. No final das contas essa doutrina dá conforto (segurança) e realidade à nossa confissão (prova prática).


Estudo
Pr. George W.




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